sexta-feira, 24 de maio de 2013

Planos para 2013(.1)

Fim de ano é sempre a mesma coisa. Todos dizem que o ano seguinte será diferente, fazem listas intermináveis de coisas que farão no ano seguinte (e não cumprem nem um mísero item) e abusam da pobre e desgastada expressão "ano novo, vida nova".
Bem, podemos estar em maio, mas é o início de uma vida nova para mim. E depois das minhas recentes experiências, eu pude perceber o tempo que perdi nos últimos anos, principalmente com o estresse do vestibular, então meu objetivo atual é recuperar cada segundo que eu puder.

Essa é minha lista de resoluções para meu novo recomeço:
  • Aprender francês
             Totalmente necessário para se ler Baudelaire.

  • Fazer trabalho voluntário
             Um dos meus maiores objetivos é fazer algo útil com o meu tempo livre - útil para outras pessoas, não só para mim -, mas ainda não sei como e onde ajudar. Estou aberta a sugestões quanto a isso, caso alguém conheça algum projeto na região precisando de voluntários.
  • Tirar toda a bagunça do antigo escritório do meu pai/atual depósito de entulhos da minha mãe e tranformá-lo em um cômodo habitável
             Do qual, é claro, eu tomarei posse depois.
  • DIYs!
             DIY ('Do It Yourself' = 'Faça você mesmo') é uma sigla utilizada em tutoriais que ensinam como se fazer as coisas mais diversas. Nas últimas semanas, eu passei horas procurando páginas de DIY na internet e aprendi a criar coisas que levam a expressão "feito em casa" a outro nível. Portanto, pelos próximos meses, meu lado criativo será largamente exercitado - e quem sabe assim ele não deixa de ser preguiçoso e resolve aparecer com alguma frequência por livre e espontânea vontade?
             A quem interessar, esse site tem ótimas dicas de DIY: http://www.buzzfeed.com/diy
  • Aprender a costurar
             Tornou-se uma necessidade devido ao item anterior. Infelizmente, acho que a minha total falta de coordenação motora será um grande pequeno empecilho.
  • Ler mais
             Sem aulas, provas ou trabalhos, eu tenho a obrigação de ler, se não todos, ao menos grande parte da centena (sem exageros) de livros que eu comprei e nunca tirei da estante.
  • Escrever mais
             Não sei se a palavra "mais" é realmente necessária aqui, já que eu não escrevo nada há meses.
  • Descobrir o que eu quero fazer da vida
             Infelizmente, eu ainda sou obrigada a escolher uma profissão aos 18 anos. E preciso fazer isso antes que se iniciem as inscrições para os vestibulares. Como eu vou conseguir? Não tenho a menor ideia.
  • Estudar
             Falando em vestibulares, eu terei que enfrentar esse pesadelo mais uma vez no final do ano. Porém, dessa vez, estarei por minha conta, sem os fantásticos professores que eu tive no 3º ano para salvarem minha pele. 
  • Praticar uma atividade física
             Sedentarismo pode ser conveniente, mas não é legal. Sei que ando fraca e eu não sou exatamente a pessoa mais saudável do mundo. Além disso, preciso recuperar a massa que ganhei andando para a escola (e compensando minha carência com comida), mas já perdi.
  • Traduzir Poe
             Não importa se você deixou ou não a faculdade. Quando você tem uma ideia insana para um trabalho em grupo, você não pode simplesmente abandonar o barco e querer que os outros integrantes lidem com ela sozinhos.
  • Escrever nesse blog
             Porque eu preciso de uma forma (escrita) de canalizar a raiva.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Coisas que descobri na minha última semana na faculdade

1. O ônibus que vai para os shoppings de Campinas (ao menos, para os dois melhores) passa pela minha rua;
2. Existe uma biblioteca de história da arte na Unicamp;
3. Eu gosto menos do meu curso do que imaginei;
4. Eu gosto mais das pessoas do meu curso do que imaginei;
5. A cor do chão da minha kitnet;
6. Eu frustrei os sonhos de todo mundo, já que
               a) Eu não farei um zitrilhões de faculdades e serei pós-doc em 15 coisas diferentes, como minha mãe esperava;
               b) Eu não farei algo que meu pai considera útil (leia-se: qualquer coisa que não esteja na minha lista de interesses [leia-se: exatas]);
               c) Eu não farei milhões de matérias legais na Unicamp, como eu queria;
               d) Eu não farei informática ou matemática, como o resto da família imaginou (porque ninguém contou para eles que eu não sou meu pai, sou um ser humano diferente, que só carrega alguns dos genes dele);
               e) Eu não ficarei na Unicamp, como meu namorado queria  - e não adianta negar, sr. namorado, eu sei que você queria;
7. Lutar pelo que você quer (ou contra o que você não quer) traz uma enorme sensação de alívio.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Minha primeira crise da vida adulta

    Meu nome é Gabriela. Tenho 18 anos, 50 quilos e quase 1,60 m. Sou paulista, de uma cidade de menos de 150 mil habitantes. Com dez anos, comecei a subir no telhado para escrever e, ainda que tenha sido expulsa de meu esconderijo assim que minha mãe descobriu meu estranho hábito, nunca perdi o gosto pela escrita. Sou quieta, tímida e até um pouco anti-social. Tenho uma gata que gosta mais do meu namorado do que de mim.  Sou universitária. E não tenho a menor ideia do que quero fazer da vida.

    Essa é uma questão que tem me incomodado bastante. Estava tão obcecada com o vestibular no ano passado que isso não me passou pela cabeça. Só hoje, tendo superado esse gigantesco obstáculo e dentro do curso que eu escolhi, eu percebi que querer que alguém de 16, 17, 18 anos decida o que vai fazer pelo resto da vida é completamente absurdo! Nós vamos passar em média 5 anos na faculdade e pelo menos 25 trabalhando, portanto ficaremos presos a nossa escolha pelos próximos 30 anos. Mas, meu Deus, eu só tinha vivido metade disso quando fiz meu primeiro vestibular!
    "Mas você pode trocar de curso, se não gostar do que escolheu". Claro, eu posso trocar uma vez. Mas e se eu errar de novo? E se eu descobrir no terceiro ano da faculdade, ou no meu segundo ano de formada, que não é aquilo que eu quero? Quem vai me dar uma terceira, quarta, quinta chance?
    E aqueles que precisam trabalhar - em um emprego de verdade, não em algo que pague um salário mínimo -, que precisam se manter ou manter a família toda? Como alguém nessa situação pode largar tudo e começar de novo, só porque fez uma escolha ruim aos 17 anos?
    A pior parte é que eu sei que não adianta dizer para alguém que está se formando no ensino médio, ou está em seu primeiro ano do cursinho "ei, vai com calma, você não precisa ir para a faculdade agora". Não adianta. Ano passado, qualquer um que me dissesse isso seria automaticamente rotulado por minha cabeça como insano. Afinal, ninguém quer "perder um ano".
    Passei uma semana nesse drama louco, com direito ao pacote completo: chorar, pedir colo de mãe, não ter vontade de sair da cama. Então eu finalmente percebi que não queria ser derrotada por aquele problema tão simples de se resolver. Assim, tive a minha primeira ideia sensata da vida adulta: se a faculdade me deixa tão infeliz, por que continuar? Por que insistir em algo que eu sei que não vai me satisfazer - ainda mais quando não é só uma questão de passar 4 anos estudando algo que não me agrada, mas também de me ocupar com pesquisas, monografias e, no futuro, com um emprego, ao qual eu estaria presa até me aposentar?
    E foi dessa forma que eu tomei minha primeira grande decisão da vida adulta.

    Meu nome é Gabriela. Tenho 18 anos, 50 quilos e quase 1,60 m. Sou paulista, de uma cidade de menos de 150 mil habitantes. Com dez anos, comecei a subir no telhado para escrever e, ainda que tenha sido expulsa de meu esconderijo assim que minha mãe descobriu meu estranho hábito, nunca perdi o gosto pela escrita. Sou quieta, tímida e até um pouco anti-social. Tenho uma gata que gosta mais do meu namorado do que de mim.  Não sou mais universitária. E estou pronta para fazer algo que me faça feliz.